quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Adão e Eva- A Perspectiva de Deus

Deus já vivia com Adão e Eva há alguns anos. Havia criado primeiro Adão, para lhe fazer companhia e, depois de Adão passar um ano a tentar embebedá-lo e de andar a acordar com dores num certo e determinado sítio, criou Eva. Houve alguns problemas com os nomes (Nietzche esqueceu-se desta parte, mas Deus morreu às mãos de Adão e Eva, anos depois dos eventos aqui relatos, devido aos nomes que lhes havia dado).
Inicialmente, tudo correu às mil maravilhas. Adão e Eva estavam sempre a deseparecer para “tratar de assunto de importância maior”, como ir à casa-de-banho juntos, mas Deus nem se importavam. Dividiam o paraíso sem problemas, ninguém se metia onde não devia e Deus andava contente, apesar de Adão e Eva dizerem que essa treta de o adorar era meio panasca.
-Quando foi para vos criar não disseram isso!- dizia Deus.
-Mas devíamos ter dito porque criaste a Eva a partir de uma costela minha, porra!
Mas tudo o que é bom chega a um fim e esta relação perfeita não foi excepção. Passado algum tempo, Deus começou a fartar-se dos dois pombinhos. É que eles estavam a borrar-lhe o telhado todo! Adão e Eva, por seu lado, andavam sempre a poluir o ambiente e, ao contrário do que seria de esperar, Adão continuava a tentar embebedar Deus. Para além disso, Deus não achou muita graça quando eles descobriram as câmaras na casa-de-banho e começaram a evitá-las. E havia sempre o facto de Eva estar sempre a queixar-se que as folhas que a cobriam passavam a vida a cair.
-Claro que estão sempre a cair! Porque é que achas que eu te vesti só com folhas?-respondia Deus. Mas nem isso o animava, já que eles começaram a comer tudo o que lhes aparecia. Deus desesperou, e a sua barba começou a crescer desesmeradamente. (“Olha que sexy que me fica!”)
Foi numa noite de enorme bebedeira que se deu o Big Bang. Deus virou à esquerda para fugir das mãozinhas de Adão, saiu do paraíso para o grande vácuo, tropeçou, e lá nasceu o Universo. Deus não sabia o que fazer com tão grande desperdício de espaço, mas rapidamente lhe arranjou uma utilidade. Combinou um plano com a cobra e foi para fora por sete dias para arranjar a nova casa dos seus companheiros. Quando a cobra disse a Eva que a maça daria potência a Adão por sete dias e sete noites sem parar, Deus soube que era altura de voltar. Apanhou-os no acto e disse-lhes desde logo:
-Saiam-me daqui! Comeram a única coisa que realmente não podiam!
-Isso significa que afinal podíamos comer-te?-respondeu Adão. Deus apressou-se a manda-los para a Terra, pelo sim, pelo não.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Lúcifer

Foi num dia de intensa chuva, como já não se via desde a Arca de Noé (apesar de nessa altura a chuva ter sido de uma cor estranha), que Lúcifer se rebelou contra Deus. Enchendo os pulmões cheios de nicotina, e abrindo as asas, que estavam calçadas com Louis Vuitton, fez o seu discurso:
Sabem , eu tenho andado a pensar: nós nascemos, crescemos, acreditamos no Pai Natal, deixamos de acreditar no Pai Natal, e depois descobrimos que a vida é uma merda. Eu sei que não gostamos de o admitir, mas, porra, estamos sempre a tentar pôr-nos de pé, depois de levar porrada, e de termos pessoas a passar-nos por cima! E o que é que nos é oferecido de alternativa? Passarmos a vida de cu para o ar, a pedir clemência a Deus. E depois de descobrirmos isso, o que é que vem a seguir? Cus doridos, eu sei, mas e depois disso? Morremos!
Quer dizer, eu sei que há que manter os níveis populaccionais aceitáveis e essa treta toda, mas aquilo que Deus nos oferece é: levantem-se, levem porrada, levantem-se outra vez, ajoelhem-se de maneira a foder os joelhos e peçam-Me que não vos volte a bater, levem mais porrada, e morram! E o que é que temos de seguida? Serviço como anjos! Vamos todos andar a de um lado para o outro, com umas asas rídiculas, a trabalhar para toda a eternidade, ainda mais do que quando estávamos vivos! Mas que merda é esta?
Sabem o que é que se passa no Inferno? Andam nus por causa do calor, mas estão lá as mulheres mais sensuais! Vocês queixar-se-iam se tivessem que andar nus com uma mulher lindissíma à beira, também nua? Não!
Aquilo de que me queixo é muito simples: Onde está a porra da recompensa, depois de darmos o nosso melhor para sobreviver e fazermos o que está correcto, por muito que isso custe? E Deus sabe o quanto custa! Não podem ser a porra das asas! Não pode ser a “satisfação” de servir directamente a Deus! E não, aquelas raras opurtunidades de fazermos a cabeça das mortais, dizendo-lhes que “estão grávidas do Espírito Santo”, não são suficientes. Até porque o Espírito Santo ainda está a tentar crescer novos dentes, porra!
Eu viro-me para Ti, Deus, neste dia e pergunto-te: mas tu estás a gozar com a nossa cara, meu cabrão?
Lúcifer recusou a proposta de promoção a Santo, e a oferta de andar a engravidar as portadoras de Messias, em Seu nome, mas aceitou logo quando Deus lhe ofereceu a opurtunidade de torturar padres e freiras no Inferno, para além de quem mais lhe aprouvesse.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

O Amor (para acabar de vez com isto)

Hoje, vou falar-vos da minha vida amorosa. Tudo começou com a minha primeira namorada. Rapariga esplendorosa e tão adorável quanto todas as raparigas daquela idade me pareciam na altura (hoje em dia parecem assemelhar-se ao Slash ou à Barbie), o seu nome era Bárbara. Vivemos uma relação excepcional até que a vi com o seu cão. Apercebi-me nesse fatídico momento que não era a mim que ela queria, e senti-me obrigado a acabar com tudo. Os meus amigos da altura contam-me que ela conseguiu que os seus pais aceitassem a sua nova relação, mas o chiuaua traiu-a com a melhor amiga dela.
Desde esta altura que eu me apercebo que a sorte nada quer comigo. A minha relação séria sequinte demorou a reaparecer. Entre ambos os relaccionamentos tive uma série de pequenos encontros com o mais variados tipos de rapariga. Normalmente acabavam com os pais delas a disparar uma espingarda pela Rua de Santa Catarina abaixo, enquanto me perseguiam e eu me tentava vestir. Mas isto começou a cansar-me, ao fim de uns anos, e lá assentei com a deliciosa Alexandra. Alexandra era verdadeiramente extraodinária, mas tinha um defeito fundamental: se eu não pusesse o som de uma rapariga a gemer, no fundo, parecia que estava a ter relações com a própria cama. Nunca me esquecerei do momento em que a luz fez com que parecesse que ela tinha mexido os olhos...
Vi-me obrigado a acabar tudo com ela, e, por escassas semanas, ainda regressei aos velhos hábitos de uma corrida matinal pela Rua de Santa Catarina abaixo. Nessa altura conheci a Cláudia, que apesar de não ser particularmente bela, era particularmente inteligente e engraçada. Aguentei dois meses até traí-la, acreditem ou não. E nesse dia alterei um pouco a minha corrida matinal: era ela que me perseguia, enquanto a sua irmã me gritava, ao longe, para eu telefonar mais tarde.
Há uns meses atrás voltei a apaixonar-me, mas a rapariga primeiro usou Raid, e de seguida a melhor amiga. Escusado será dizer que não demorou até que eu voltasse às corridas matinais...
E porquê esta visita à Avenida da Memória, perguntam vocês? Poque me apaixonei outra vez, o que significa que não tarda nada teremos uma actualização...

sábado, 27 de janeiro de 2007

Conde Branco e Tinto (1789-1815)-Inventor do Garrafão de Vinho

Sabe-se que o Conde Branco e Tinto nasceu a 6 de Abril de 1789. Segundo a lenda, o seu pai passou a noite a festejar o nascimento, e, curiosamente, nove meses mais tarde cerca de metade da população da vila terá dado à luz. A infância e a adolescência do Conde foram tão normais quanto se poderia esperar de uma criança da nobreza nesta altura, mas era o próprio que afirmava que o seu pai se queixava, à noite e numa voz arrastada, do facto de as garrafas terem pouco vinho. É óbvio que esta influência o marcou profundamente.
Foi para a Universidade de Coimbra em 1808, levando consigo as últimas palavras da sua mãe antes de morrer (“Mas porque é que o teu pai tinha que ir à igreja logo no dia da queca com o padre?”). Abalado com a prematura morte da mãe, demarcou-se desde logo dos seus colegas, graças às monumentais ressacas com que se apresentava às aulas. É célebre a frase do seu professor de Teologia sobre a sua participação nas aulas: “Levarei comigo para a cova a memória do seu rosto, quando apareceu no auditório, 30 minutos atrasado, a perguntar se alguém sabia quem era a dama que se encontrava na sua cama.” Podía-se já vislumbrar o potencial do jovem.
Foi logo a seguir, em 1809, que ele criou o seu primeiro grande projecto. Ainda perseguido pelas palavras do pai, apresentou à Camâra de Coimbra um monumental projecto para a criação de uma rede de canalização que permitisse a chegada de vinho, quer branco quer tinto, a todas as casas da cidade. Para ter acesso a esse néctar, bastava abrir a torneira! Uma ideia visionária que nunca foi bem aceite pela sociedade.
Em 1811, depois de terminar o seu curso, inventou a obra que o tornaria famoso. Atormentado por não conseguir concretizar o seu projecto original, criou o garrafão de vinho. Apesar de se ter tornado desde logo um sucesso na Corte, e lhe ter granjeado uma amizade íntima com o rei, o Conde nunca se mostrou satisfeito com a sua invenção. “Experimentem carregar um garrafão de vinho tinto, de 5l, cheio, pelas ruas da cidade, às 6 da manhã, com uma bebedeira monumental”, dizia ele. A verdade é que o garrafão ajudou imenso a população de Portugal a chegar até à sua posição actual no mundo, e mesmo os copinhos de leite que bebem água usam o garrafão para transportar a sua bebida. É uma extraordinária maneira de transportar grandes quantidades de vinho de um lado para o outro e o mundo inteiro deve-lhe imenso.
O Conde teria uma morte trágica em 1815, resistindo ao controlo inglês sobre o país. Na noite de 2 de Julho, encontrou uma oficial do exército inglês nas ruas de Lisboa. Após uma bem humorada conversa, perguntou-lhe: “Não foi, hic, com a tua filha, hic, que eu dormi, hic, ontem à noite?” O Conde Branco e Tinto tornar-se-ia um símbolo da Revolução Liberal, graças a este evento, e sabe-se que a sua última frase era frequentemente usada para abrir as reuniões dos liberais, às três da manhã, numa caserna qualquer.
Como é mais que óbvio, a sua omissão nos grandes portugueses é altamente reprovável.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Pénis, Mercedes e agora... giletes!

Desde o início dos tempos, o homem tem arranjado maneiras de competir com membros do mesmo sexo; quem ficava com a gaja boa da festa, quem tinha o maior pénis, quem tinha o carro mais caro, quem aguentava o maior número de shots seguidos, quem se masturbava mais vezes ao dia, etc, etc e etc. Como se o número de desafios lançados (e alguns deles merecedores do título de desporto olímpico) a todos os membros do sexo masculino não fosse o suficiente, uma indústria pacata decidiu elevar a parada: a competição de quem tem a gilete com mais lâminas.

Há uns anos, quem ganhava a corrida era a Gilette que tinha lançado um produto com 3 lâminas e que cortava os pêlos da face até ao último centrímetro possível. Passado algum tempo a direcção da Wilkinson diz "Ai é!? Então vocês vão ver o que é bom... 4 LÂMINAS!!!" e assim aconteceu; podemos experimentar as maravilhas duma gilete de 4 lâminas... e pelos vistos, as maravilhas duma gilete de 4 lâminas são as mesmas maravilhas duma gilete de 3 lâminas, mas sem contar, claro, com a espectacularidade daquela 4ª lâmina que deixa a pele mais irritada.
Olhando para isto, a Gilette pensa "É pá," - impressionante como empressas de sucesso falam e pensam em português - "isto não pode ficar assim! O que podemos fazer para superar o produto da Wilkinson com 4 lâminas!?... Oh, já sei!! Vamos fazer uma gilete com nada mais, nada menos do que... 5 LÂMINAS!!!" e assim se concretizou. A partir do dia 26 de Janeiro, quer o homem comum, quer o homem profissional, vão puder experimentar as delícias duma gilete com 5 lâminas!!! E segundo a Gilette cada lâmina tem uma tarefa diferente: a contar de cima, a 1ª corta uma parte do pêlo, a 2ª corta a outra parte do pêlo que a 1ª não conseguiu cortar, a 3ª corta a parte que nem a 1ª, nem a 2ª conseguiram cortar, a 4ª corta ainda corta parte do pêlo, mas também ja passa pela pele e a 5ª, se não for usada com moderação, desfigura-vos a cara toda.

Portanto, parecer feio já vai poder ser admissível graças à Gilette: "É pá, tás mesmo feio" e o outro "Oh, foi a 5ª lâmina da gilete da Gilette" ao q o 1º responde toda fascinado "O quê!? Tens essa gilete? Eeeeeiiiii, tu é que és fixe".





Queria só esclarecer que nem eu, nem a equipa do blog foi paga para fins publicitários. Entramos em contacto com as empressas a pedir autorização pelo uso do nome das marcas, mas face ao "popularidade" do blog, as pessoas com quem falamos riram-se e deixaram que eu usasse os nomes das marcas de graça, pois mesmo que alguem venha ver este post, é porque nem se quer tem barba. Se bem que volto a achar curioso o conhecimento da língua portuguesa por parte destas entidades...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Arca de Noé- A Perpectiva de Deus

No paraíso, Deus apercebe-se do terrível destino que o aguarda: tem que esperar que S. António saia da única casa-de-banho lá do sítio. S. António tinha acabado de participar numa maratona de 500 casamentos e decidiu ir à casa-de-banho. Deus, por seu lado, conhece bem S. António, e sabe que ele gosta de “verificar como estão as noivas”, o que tornava as suas idas à casa-de-banho intermináveis.
-S. António?! Oh, homem, sai daí que eu tenho que me despachar!
-Perdoai-me meu Deus, que eu pequei.
-Oh, meu filho, sai-me daí e eu até te desculpo as escapadinhas com os anjos!
-Mas, meu Deus, não percebes? Eu estive com as noivas, antes dos casamentos, e...
-Eu sei muito bem o que fazes antes dos casamentos e porque é que te enfias na casa-de-banho, de seguida! Agora sai antes que a Minha fúria se abata sobre ti!
-Esperai meu Deus, que fostes Vós que me ensinastes que a paciência é uma virtude...
S. António tornou-se no padroeiro de um feriado numa cidadezeca de segunda (a contar do fim), depois desta linha, mas a verdade é que Deus ainda não tinha como ir à casa-de-banho. Depois de muito debater, tomou uma decisão arriscada: teria que o fazer na Terra, mas ordenaria que alguém recolhesse um macho e uma fêmea, de cada espécie na Terra, e que construísse uma arca para todos eles, para não ter que começar de novo.
-Acorda, Noé!
-Agora não querida, que a minha mulher ainda nos apanha...
-Noé acorda que sou Eu, o teu Deus!
-Deus? Esconde a paiva, querida, que sabes como o nosso Deus é! Que queres deste teu humilde servo, meu Deus?
E Deus lá lhe explicou a sua situação, com a omissão de algumas partes desnecessárias.
-Então vais estar a castigar a humanidade pelos seus pecados, com chuva?
-Não foi isso que eu já te tinha dito?! Agora despacha-te a construir a arca que eu estou aflito!
-Aflito, meu Deus?
-Sim, aflito, é que a chuva, é, vejamos, como é que me safo desta, a chuva são as minhas lágrimas! É isso mesmo!
E Noé lá se dedicou à sua árdua tarefa (“Oh, meu Deus, levaste-me à banca-rota, quando chegou a altura de comprar a madeira.”), enquanto Deus foi ver se a casa-de-banho já estaria livre.
-Está lá S. João, agora, nosso Senhor.
S. João passaria a levar com uma quantidade ridícula de foguetes nas fuças todos os anos, no dia mais longo do ano, depois desta.
E Noé lá acabou a sua arca, permitindo a Deus aliviar-se de uma vez por todas.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Mulheres e o wc

Depois de uma longa pausa na escrita por parte da única e prestigiadíssima Danixita, elemento único feminino, mas no entanto com gigantescos genitais. Aqui estou de volta e para vos falar de um assunto que muitos vos intrigará. Sim esse mesmo, caros membros desse género inferior (masculino claro!), “porque raio é que as mulheres vão ao wc aos pares, porra?”, ao que eu não posso responder. Portanto vamos falar de cachorros quentes, ou então da guerra do iraque. Pronto ok, eu desvendo o mistério, embora ache que cachorros quentes seria igualmente um bom tema. Pois então, ao contrario do que vocês pensam, não há rituais de matança de galinhas, nem porcos, nem temos um santuário ultra secreto em cada wc. Ah e se pensam que há hábitos lésbicos também estão enganados, apesar que no outro dia vi uma a por a mão na outra e ….. bem não interessa. Reformulando não costuma haver rituais lésbicos. Nós simplesmente gostamos de falar de gajos, sim é esse o grande segredo. Gajos é a principal razão das idas aos pares. Sim também temos necessidades fisiológicas como qualquer ser humano, mas a maior parte do tempo é a falar do João que andava com a Maria e depois andava a enganá-la com a prima Alice (não confundir com a prima Alice da Floribella, o João é bom mas também não chega a ter os padrões precisos para uma couve tão bem tratada), ou então sobre o rapazinho que está na mesa ao lado num bar e que já ia à casa de banho para uma conversa mais intima. Também há aquela parte que ficamos a retocar a maquilhagem, mas que é também a falar de gajos. Enfim, basicamente é isso! Desiludi-vos?? Oh… Lamento informar-vos mas nós também falamos de vocês como vocês de nos, e para aqueles machistas que dizem que nós só pensamos em personalidade, beleza interior e isso. Bem, nós não fazemos sexo propriamente com o carácter de um homem, a não ser que lhe chamem assim.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Filmes da Rússia

Se achavam mesmo que eu ia escrever sobre filmes russos, convido-vos a reclamar o vosso prémio premindo Alt+F4.
Adiante, venho falar-vos de ver filmes: mais concretamente, no cinema: mais concretamente, no cinema do MaiaShopping: mais concretamente, um filme com um protagonista negro e bem musculado, no cinema do MaiaShopping. Ora o que é que acontece quando se vê tal filme? Aparece um campónio idiota atrás de nós, que, na tentativa de impressionar a rapariga mais desesperada da terriola dele, vai adivinhando o filme. E abençoados sejamos por ele partilhar conosco comentários sábios, como por exemplo: 'Ele afinal é mau, estava só a enganá los', 'AHHH! naa, não me assustou nada, eu e q m piquei na cadeira!' e 'Tenho umas cuecas de pele de leopardo iguais àquelas...' (aproveito para esclarecer que nalgumas culturas, a cueca selvagem e um item de valiosíssima importância). Claro que diz isto tudo enquanto sorve um copo com 1L de Coca-Cola, perguntando depois à companhia: 'porque será que sempre que venho ao cinema tenho vontade de ir à casa de banho?'

Claro que isto é só a ponta do iceberg, há uma legiao inteira de homenzinhos deste tipo a juntarem-se para aterrorizar o cinema em Portugal, aliando-se aos Gajos-Que-Atendem-O-Telemóvel-No-Cinema-E-Depois-Falam-Imensamente-Alto e aos putos que acham piada a atirar pipocas para as filas da frente. Como sou o único que conhece a revolução que estão a planear, sou o único que pode salvar a nação. Por isso, votem em mim no referendo do aborto!

Apresento-vos o Sr. Grotsky:
(\__/)
(='.'=)
(")_(")

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Trilogia do Cobarde- ParteV (continuação)

...
(entra um moço de recados)
Moço de recados: Desculpem, tenho aqui uma mensagem do Autor...
Lídia: Queres ir para a cama comigo?
Moço de recados: Só depois de ler isto...
Lídia: Como te amo!
Carlos: É, é. Não o incomodes agora...
Moço de recados: “A mensagem da história é, stop, Deus morreu, stop, o mundo está um caos, stop, como viver sem amor, stop, alguém tem batatas que eu estou com fome?”
Carlos: Que raio de mensagem é essa?
Lídia: (abraçando o moço de recados): Oh, leva-me para longe daqui meu amor! (para Carlos) Eu depois deixo o espartilho em vossa casa.
Marta: Sê feliz minha irmã!
(Lídia e o moço de recados saem, com este a carregá-la ao colo)
Carlos: E agora vamo-nos nós, sim? Passamos pela farmácia?
Comissário: (dirige-se, apaixonado e sem olhar para mais nada, a Marta) Marta, tenho que confessar o meu amor por...
(entra a prima da amante de Carlos, assustada)
Prima da amante de Carlos: Carlos, mataram a minha mãe e a minha prima! Que fazer, meu amor?
Carlos: Mas eu agora sou o amor de toda a gente?
Marta: Quem é esta?
Comissário: Mas será que todos me querem interromper?!
Carlos: Oh chefe, isto fazia parte do seu plano?
Comissário: Mas não sabias?
Marta: (para a Prima da amante de Carlos) de onde é que conheces o meu marido?
(aparece o Assassino das Facas)
Assassino das Facas: Alguém me empresta uma faca? Se não for muito incómodo...
Comissário: Serve pistola?
Assassino das Facas: Não. Deixem estar. Eu depois apareço se arranjar... Continuações.
Carlos: Uh-oh...
Comissário: (monólgo) Eu realmente sou um génio. Parte do plano nem entra em acção e ele ainda assim vem aqui ter!
Prima da amante de Carlos: Eu sou a namorada dele... Ele é casado?
Marta: Carlos!
Carlos: Espera um pouco, amor. Mas, hefe, eu só vim aqui porque queria comprar preservativos para logo.
Comissário: Pormenores!
Prima da amante de Carlos: Mas, Carlos, não me dizes o que fazer?
(Lídia aparece)
Lídia: Alguém se quer vir juntar a nós?
Carlos: Vai falar com o Assassino das facas que ele andava por aí...
Lídia: Ok, obrigado.
Prima da amante de Carlos: Não, espera, acho que também vou.
(entra o Doutor, com o jardineiro da casa do Comissário)
Marta: (para Lídia enquanto esta sai com a Prima da amante de Carlos) Depois conta como correu!
Doutor: Onde é que aquelas vão?
Comissário: Orgia, pelos vistos...
Doutor: Se não se importam...
(o Doutor vai atrás delas)
Carlos: (para o Jardineiro) Então e você?
Jardineiro: Eu vinha falar com o Comissário.
Comissário: Sobre o quê?
Jardineiro: A sua mulher mandou perguntar se quer peixe ou carne para o jantar, esta noite. É que estavamos com pressa...
Marta: Olha que essa é gira...
Carlos: É, não é?
Comissário: Deixa! Agora fora daqui! (o Jardineiro sai) Agora nós, Carlos!
Carlos: Oh, chefe, vá para casa, janta, despede-se da sua mulher, e depois falamos.
Marta: O que é que ele quer?
Carlos: Acho que me quer matar, para ficar contigo...
Marta: Com ele? Que estúpidez!
Comissário: (aponta a arma a Carlos) Morre!
(Ana regressa)
Ana: Comissário!
Comissário: Mas porque é que ninguém me deixa matá-lo?! É só uma pessoa!
Carlos: E os outros?
Ana: Chefe, pediram para perguntar qual é o seu tipo de donut preferido...
Marta: (dando risadinhas) Todos, diria eu...
Comissário: Ouviu a Sra? Todos!
(aparece outra vez o Assassino das Facas, já com uma faca na mão)
Assassino das Facas: Olha eles! Cá estamos outra vez!
Carlos: Mau! Vais tentar matar-nos outra vez?
Comissário: Mas alguém me deixa matar o cabrão?
Marta: Chiu, que agora estamos a falar!
Assassino das Facas: A vocês não. Gosto de inovar... Não conhecem algum adultero, por aí? Nem precisa de ser muito próximo...
Marta: É assim, temos o Comissário, mas ele estava a tentar dizer qualquer coisa...
Ana: Eu então vou indo. (sai)
Carlos: Mas se tiver que ser, quer dizer, não te acanhes por nós.
Comissário: Não!
Assassino das Facas: Eu vou indo, então. Passem bem. Tenham cuidado, que parece que vai chover...
Comissário: AAAAHHHH!
(o Assassino das Facas começa a correr atrás do Comissário e saem de cena)
Carlos: Ok, agora que estamos sozinhos, casa?
(passam o Assassino das Facas das facas a perseguir o Comissário, enquanto ele próprio é perseguido pelo Abílio do talho com uma banana)
Marta: Preferia no metro...
(a Anjo passa com um cartaz a dizer “Se morrer, for para o purgatório e estiver interessado em mim, ligue: 936613352”)
Carlos: No parque?
Marta: No parque e depois no cinema?
Carlos: Como te amo!
FIM

Esqueci-me, isto era para o vosso mal ou para o meu, esta história toda?

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Trilogia do Cobarde-Parte V

Estão agora a ler a Trilogia do Cobarde.
Fugem: espancando-vos e obrigando-vos a agradecer.

Acto VI:
(Carlos está a falar ao telemóvel, no meio da rua)
Carlos: Estou, Sr. Autor?
Pina: Eu começo a achar que me enganei, e que te fiz estúpido como uma porta em vez de cobarde...
Carlos: Desculpa, eu é que morro, e tu é que te chateias?
Pina: Quantos Deus Ex Machina achas que uma história pode ter?
Carlos: Tu mataste-me! E nem me deixaste ter sexo com a anjo!
Pina: Tu estás vivo outra vez, não estás?! Então não me chateies!
Carlos: Olha lá, mas eu vou fazer mais alguma coisa perigosa? É que este dia já se está a tornar cansativo...
Pina: Não te posso dizer. E vou desligar. E juro que te ponho frente-a-frente com todas a mulheres da tua vida se me voltas a ligar!
Carlos: Mas, e isto é só uma sugestão, e se eu fosse agora para casa ter sexo com a minha mulher?
Pina: Acho que afinal te fiz estúpido e cobarde...
Carlos: Não, não, mas ouve: e depois a irmã dela vinha “visitar-nos” e...
(clic)
Carlos: Vou levar isso como um não...
(o Comissário aparece nas costas de Carlos e aponta-lhe uma arma)
Comissário: Ahá! Caíste na minha armadilha!
Carlos: Chefe? Oh, chefe, ainda bem que aparece. Estou a ter um dia de loucos. Hoje até já morri, para ver.... Chefe, porque é que me está a apontar uma arma?
Comissário: Porque caíste na minha armadilha, e vieste para aqui sozinho, desarmado. E agora morrerás!
Carlos: Mas que raio de armadilha estúpida é esta?! No meio da rua?
Comissário: A minha mulher está a falar com o jardineiro em casa...
Carlos: Imagino... (incrédulo) Mas, espera aí, o chefe é que é o assassino? Mas que merda de reviravolta é esta?
Comissário: É verdade! Subornei o médico legista para te enganar e tenho estado a puxar os cordelinhos de toda a gente, para te trazer até aqui!
Carlos: Boa. Não morro à primeira, morro à segunda... Filha da mãe do autor... (cai-lhe um pedra na cabeça) Au! que é tão simpático!
(aparece o médico legista)
Doutor: Então, chefe? Mate-o, para irmos dormir com a mulher dele.
Carlos: Mas quê, isto é por causa da minha mulher? Mas eu já vos tinha dito que a irmã dela é melhorzita...
Comissário: (para o doutor) Oh meu cabrão, eu agora estava a fazer o meu discurso de vilão maldoso! Assim dás cabo disto tudo!
Carlos: É verdade! Agora temos que recomeçar. Vamos voltar à parte antes de eu chegar aqui, sim?
Doutor: Epá, desculpem lá.
Carlos: Esqueça isso. Vamos lá, então, recomeçar tudo. Eu vou andando até casa e apareço aqui dentro de duas horas.
(Carlos vira-se para sair)
Comissário: Alto lá. Daqui só sais num saco.
Carlos: É assim, se me deixar em casa, não tenho problemas. Temos é que nos despachar, que eu quero dar uma rapidinha com a minha mulher, para estar às oito em casa da irmã dela. E amanhã de manhã combinei com a minha amante.
Doutor: Com este trânsito é melhor deixa-lo directamente em casa da sua cunhada.
Comissário: Não, não há necessidade. Vamos por um atalho que eu conheço e estamos lá em dois minutos.
(Ana entra a correr, com um telemóvel ne mão, para entregá-lo ao comissário)
Ana: Chefe! Chefe! A sua mulher está ao telemóvel a dizer que vai fugir com o jardineiro!
Comissário: Mas vocês param de me interromper? Diga-lhe para me deixar o jantar pronto e depois pode ir à sua vida à vontade.
Carlos: Mas que falta de profissionalismo! É assim que se arma uma emboscada a uma pessoa?
Comissário: Desculpa lá, não estava à espera. Onde é que nós íamos?
Carlos: Não sei, não paramos de ser incomodados...
Ana: Que giro. Nunca tinha visto uma execução ao perto.
Carlos: Quer ver mais de perto? Ponha-se no meu lugar, aqui... (coloca-a na posição em que ele estava e faz o Comissário apontar-lhe a arma a ela) Agora, se não se importam eu vou rápido a casa.
(o Doutor volta a aparecer. Ninguém se tinha apercebido que ele tinha saído)
Doutor: Ora bem, o que é que perdi?
Carlos: Mas onde é que tinha ido?
Doutor: Vi ali o Abílio e fui-lhe perguntar onde é que ele arranja tantas bananas, que a patroa andava curiosa...
Ana: Esse não estava fora a visitar a família?
Comissário: Estou prestes a mostrar à minha secretária como é uma execução a sério. Você é a seguir Carlos.
Doutor: Eu então vou indo que chamaram-me para uma autópsia a um morto. Coisa raríssima, por cá! (sai)
Carlos: Não há necessidade. Fica para outro dia... Eu hoje já morri uma vez e não me apetece morrer outra.
Ana: Estou um pouco confusa. Vou-me embora.
Comissário: Não vás, que eu depois tenho que tratar duma papelada na esquadra e tu ajudas a passar o tempo...
(aparece Walker)
Walker: Alguém precisa de ajuda contra rufias de toda a espécie, mas que se parecem todos uns com os outros?
Carlos: Mas de onde é que tu sais, porra?
Ana: Vou indo. (sai)
Comissário: Não, Ana, espera. (para Carlos) Epá, desculpa lá o mau jeito, mas tenho que te matar agora, que senão tenho que tratar da papelada sem “apoio”.
Carlos: (para Walker, apontando para o Comissário) Olha, ali está um rufia!
Walker: Então, portanto, vou fugir, para tentar recusar a violência e depois vou dar-lhe um enxerto de porrada que o vai deixar em coma, está certo?
Comissário: Eu precisava de me despachar, mas pronto, está bem...
(Walker desata a fugir do Comissário pelo cenário. Lídia e Marta aparecem)
Carlos: Mas que história estúpida! Parece que está tudo por eu morrer porra! (cai-lhe outra pedra na cabeça) Au!
Marta: Carlos, nós estivemos a falar e vais ter que escolher uma de nós.
Carlos: Mas só uma?
Lídia: A não ser que haja uma ocasião especial, tipo bebedeiras.
Carlos: Se é assim terá que ser a Marta!
Marta: A sério?
(passam o Comissário a perseguir Walker na parte de trás)
Lídia: Então e eu? Pensava que eu era melhor na cama!
Carlos: Eh lá. Vamos lá a ter calma!
Marta: Ela é melhor na cama?!
(passam o Assasssino da Facas a perseguir a anjo na parte de trás)
Carlos: Espera aí, aqueles ali não eram...?
Lídia: Não mudes de assunto!
(O Comissário entra depois de se ouvir um estrondo)
Comissário: Boas notícias: não voltaremos a ter nenhuma época de Walker, O Ranger do Texas!
Carlos: Olha que giro, estou rodeado...
Marta: Mas não interessa, escolheste-me, e isso é o mais importante. Oh, amo-te tanto. Nunca mais te trairei! (beija Carlos)
Comissário: (assustado) Marta?! Aqui?! E eu sem gel...
Lídia: Então quem é que vai comigo para a cama?
Carlos: Antes de mais nada, não podes dar o espartilho à tua irmã?
Comissário: (envergonhado, a um canto, como que a ensaiar) Marta... eu estava a pensar...quer dizer... não sei se entende...
Marta: (olhando intrigada para o Comissário) Aquele idiota a falar sozinho não é o teu chefe?

(Continua)

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Trilogia do Cobarde-Parte IV

E, num momento inédito na história da Humanidade, apresento-vos a 4ª parte da Trilogia do Cobarde!

Acto V:
(Carlos está num escritório, em frente a uma secretária, enquanto uma anjo está sentado do outro lado, a escrever. Tem tudo um ar muito profissional)
Carlos: Olha que giro. Desta não estava à espera. São os novos hospitais?
Anjo: Não, estás no purgatório.
Carlos: Purgatório? Mas eu morri? Mas nem sequer houve aquelas luzinhas brancas, como no Sete Palmos de Terra...
Anjo: Não? Vou ter que falar com os técnicos mais tarde.
Carlos: Mas então morri mesmo? Filhas de mãe! Parece que esperam que eu entre no departamento para toda a gente se tornar um assassino.
Anjo: Tem calma. Estamos aqui para discutir o teu destino.
Carlos: E não posso continuar a insultá-los? Só por um bocadinho?
Anjo: Só se fores para o Inferno...
Carlos: Abençoados sejam todos aqueles cabrões.
Anjo: Ora bem, senta-te. (Carlos senta-se) Estás muito próximo de ir para ao Inferno, sabes? Traíres a tua mulher, longo currículo de cobardia...
Carlos: Mas quê, agora somos penalizados por termos uma especialização?
Anjo: Eu acho que vais mesmo para o Inferno... Quer dizer, com uma vida destas...
Carlos: Para o Inferno? Mas ouvi dizer que aquilo é tipo o Maiashopping...
Anjo: Só com a parte dos cinemas. O resto é mais parecido com as estações de metro lisboetas.
Carlos: Essa é gira...
Anjo: Não me parece que haja salvação para ti... É que ainda por cima tiveste uma morte estúpida..
Carlos: Também me pareceu...
Anjo: Se não te importas terás que preencher aqui uns formulários. (entrega-lhe uma enorme pilha de papéis)
Carlos: Ok, isto é simplesmente estúpido. Nietzche já disse que Deus está morto, de qualquer maneira.
Anjo: Está bem, mas o Nietzche também está...
Carlos: Também? Mas então Deus está mesmo morto?
Anjo: Porque é que achas que temos tanta papelada?
Carlos: Isto é ridículo! Os anjos nem sequer deviam ter sexo!
Anjo: E não temos. Nunca descobri como é ter um orgasmo.
Carlos: Bem, quer dizer, eu sempre quis fazer em cima de uma secretária, se estiver interessada...
Anjo: Mas vais para o Inferno...
Carlos: Ao menos ia contente...
Anjo: Mas não podemos. Com Deus morto já não há amor no Universo...
Carlos: Curioso, estava a tentar dizer ao autor desta história o quanto isso era preocupante, para me safar...
Anjo: Estou excitada.
Carlos: (levantando-se) Então vamos lá. Se queremos recuperar o amor no universo há que dar o exemplo.
(entra o Assasssino da Facas)
Assasssino da Facas: Vão demorar?
Carlos: Olha ele. Com que então eras só um bode expiatório, meu cabrão.
Assasssino da Facas: Pois é. Desculpa lá o mau jeito.
Anjo: (levantando-se) Acho que me vou despir.
Carlos: Olha, espera um pouco, que nós vamos para os mesmos lados, e depois falamos.
Assasssino da Facas: (a sair) Está bem. Até logo.
Anjo: Já não tenho grande vontade.
Carlos: Mas tem a certeza? Era bem giro, com um anjo, no purgatório. Nunca tiveste fantasias dessas?
Anjo: Não é permitido.
Carlos: Ah não?
Anjo: Tive algumas...
Carlos: Algumas...
Anjo: Muitas.
Carlos: Muitas, portanto...
Anjo: A toda a hora, principalmente com o Gabriel dos estábulos.
Carlos: Gabriel dos estábulos?
Anjo: Sim, sim. Ele há uns tempos andava muito na voga. Matou um demónio numa luta de bar, bebâdo...
Carlos: Eu juro que de cada vez que penso que isto está no limite da estupidez...
(entra outra anjo)
2ª Anjo: Helena, o São Pedro pediu para dizer que se é para fazerem isso, que façam de uma vez e terem atenção para as camâras apanharem.
Carlos e Helena (uníssono): Camâras?
2ª Anjo: Sim, sim. Faz-se um bom dinheiro com estas coisas em Paredes... (sai)
Helena: Estou outra vez com vontade. (começa a desapertar a camisa)
Carlos: (tira a camisola, excitado) Lembrei-me agora, não devias ter asas?
Helena: Estão para lavar...
(o telefone toca e Helena atende)
Helena: Estou? Sim? Mas tem que ser mesmo agora? Não pode esperar? Só umas 5 horas? (Carlos olha para ela assustado)
Carlos: 5 horas?!
Helena: Não? Está bem, então. (desliga o telefone e olha para Carlos, desanimada) Vais ter que voltar.
Carlos: Voltar? Para o mundo dos vivos?
Helena: Sim, a tua mulher está a reanimar-te, e vais ter que voltar para apanhar o teu assassino... E diz ao das bananas que o São Jorge ainda está à espera do borrego, se não te importas.
Carlos: Ah, por segundos bem que me pareceu que era bom demais...
Helena: Portanto, se não te importas...
Carlos: Mas não dá para ficar? Com quem é que tenho de dormir para ficar por cá?
Helena: São Pedro...
Carlos: Vamos embora!

Fim da 4ª parte. Para todos aqueles que estão a pensar se nada será sagrado para nós, devo dizer que o PT não nos deixa referir o panasca. Oops...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Trilogia do Cobarde-Parte III

E, continuando com a vossa lenta tortura, aqui têm a 3ª parte da Trilogia do Cobarde.

Acto IV:
(Carlos entra em casa do assassino, assustado)
Carlos: Sr. Assassino das Facas? Está aí? (espera por uma resposta. Nada) Estou a ver que não. Chatice, devo ter vindo antes do previsto. Bem, acho que vou ter que ir para a cama com a Lídia... Será que ela vai usar aquele espartilho...?
Assasssino da Facas: (a gritar de fora de cena) Sr. Carlos? Da esquadra? Entre, entre. Espere um pouco, que eu já aí vou, se não se importa.
Carlos: Na verdade, se não fosse incómodo, gostava de pegar na minha mulher e ir indo. É que eu tenho que fugir e gostava de me poder despachar com isso.
(o Assassino das Facas aparece, limpando as mãos ensanguentadas a um pano de cozinha)
Assasssino da Facas: Ora bem, cá estamos. Importa-se que eu o trate por Carlos? (não espera por resposta) Não? Óptimo. Deve estar a perguntar-se porque o chamei cá, não é Carlos?
Carlos: Na verdade estou a perguntar-me de quem será o sangue nas suas mãos, mas continue...
Assasssino da Facas: Quê? Isto? Isto é da minha última vítima, mas acho que devia estar doente. Não sangrou tanto como é habitual. Mas adiante. Eu queria falar consigo sobre a sua mulher...
Carlos: Pois, já sabia. É toda a gente com a mesma coisa. Ela não gosta de ménages.
Assasssino da Facas: Não?! Mas tem a certeza?
Carlos: Já lhe pedi imensas vezes.
Assasssino da Facas: É uma pena, realmente. Mas não era disso que queria falar.
Carlos: Essa é nova...
Assasssino da Facas: Não, eu queria perguntar porque lhe é infiel?
Carlos: Mas tem mesmo de saber.
Assasssino da Facas: Quer dizer, eu gosto de perguntar às minhas vítimas antes de as matar. Gosto de fazer isto como deve ser. Não sou como o Abílio.
Carlos: Ah, estou a ver... Realmente aquilo das bananas. Bem, se não houver problema, eu respondo-lhe daqui a uns tempos. Prometo.
Assasssino da Facas: Lamento, mas terá que ser agora.
Carlos: Agora, agora? Não há ninguém antes? Já matou a minha mulher?
Assasssino da Facas: Não...
Carlos: Então vá lá tratar disso, e volte quando tiver despachado. Eu espero.
Assasssino da Facas: Então e vai deixar a sua mulher morrer assim?
Carlos: Sempre será ela em vez de mim...
Assasssino da Facas: Mas não, vai ser você o primeiro, lamento.
Carlos: Mas tem a certeza? É que eu sangro muito pouco, e depois da sua última vítima...
Assasssino da Facas: (saca da faca) Sem dúvida. Ora bem, quer fugir, suplicar, insultar-me, fazer tudo...?
Carlos: Portanto, se me pergunta assim, acho que fugir.
Assasssino da Facas: Faça licença, então.
Carlos: Obrigado. Isto com gente educada é outra coisa. (faz uma pequena pausa para ajeitar o casaco) AAAAAHHHHHH!!!
(Desatam a correr os dois pelo cenário, Carlos desesperado e o Assasssino da Facas a persegui-lo calmamente)
Assasssino da Facas: Oh homem, faça pouco barulho. Olhe os vizinhos, porra.
Carlos: Desculpe, mas quando tentam matar-me costumo ficar assim.
(aparece Chuck Norris. Param ambos de correr e ficam a olhar, surpreendidos, para ele)
Chuck Norris: Mas o que se passa aqui?
Assasssino da Facas: Esta é nova...
Carlos: Mas quem raio é este?
Assasssino da Facas: É o Van Damme, estúpido. (dirige-se a Chuck Norris com a mão estendida. Chuck Norris cumprimenta-o) Boa tarde Sr. Van Damme. Sou um grande admirador.
Chuck Norris: Mas eu sou o Chuck Norris...
Carlos: Olha, o autor mandou uma mensagem a dizer-nos para o chamarmos de Walker, que Chuck Norris é uma seca de escrever, e já lhe basta o Assasssino da Facas....
Walker: Sempre é melhor que Fluffy...
Assasssino da Facas: Mas quê?! Não é o Van Damme?! É adúltero?
(Marta aparece, chateada)
Marta: Mas o que é isto?
Walker: Só às vezes...
Assasssino da Facas: Óptimo, já o posso matar. Mas quem raio pensa que é, a enganar-me assim?
Carlos: Marta! Estás bem?
Marta: Sim, estava a dormir lá em cima.
Walker: Não vai querer fazer isso, amigo. Não me obrigue a magoá-lo...
Assasssino da Facas: Mas obrigo!
Walker: Então vou fugir, para tentar recusar a violência e depois vou dar-lhe um enxerto de porrada que o vai deixar em coma, está certo?
Carlos: Lá em cima? Mas tu traíste-me com o teu próprio assassino?
Assasssino da Facas: Combinado.
(o Walker desata a fugir do Assasssino da Facas pelo cenário, enquanto Carlos e Marta discutem no centro)
Marta: E tu traíste-me com a minha irmã!
Carlos: Está bem, mas ela não me ia matar!
(Lídia aparece)
Lídia: Desculpem, mas eu não tinha a certeza se devia voltar a aparecer...
Carlos: Agora não, que nós estamos a ter um momento. Vai-te embora.
Lídia: Está bem. (Lídia sai enquanto faz sinal a Marta para lhe telefonar e esta acena, confirmando)
Carlos: (gritando para Lídia, que já está fora de cena) E usa o espartilho logo à noite.
Marta: Estás a ver? Viste como falas com a minha família?
Carlos: Do que é que estás a falar? Ela estava a interromper-nos!
Walker: (passa por entre os dois) AAAAAHHHHH!
Marta: (virando-se para o Assasssino da Facas e Walker, furiosa) Mas vocês os dois idiotas param quietos?
Carlos: Ahá! E tu já viste como estás a tratar os meus amigos?
(Walker para de correr e começa a espancar o Assasssino da Facas)
Walker: Toma, bandido! É para aprenderes.
Carlos: Epá, oh Walker, faz menos barulho, pá.
Walker: Desculpem lá...
Marta: Estou a ficar excitada, parece que tudo se vai resolver. E tu vieste salvar-me! Oh, amo-te ardentemente!
Carlos: Mas quê, isto é de humores?
Marta: Cala-te e beija-me! (beija-o)
Carlos: (para Walker) Ora bem, tu vai-lhe dando porrada, que eu vou reconciliar-me com a minha mulher, lá para cima.
(pega em Marta ao colo)
Marta: Oh, sou tão feliz.
(ouve-se um disparo. Carlos pousa Marta no chão e depois cai com aparato)
Carlos: Oh, meu Deus... Morro...
Walker: O assassino começa a revelar-se...
Carlos: Mas tu és parvo? Aacbaste de o deixar num coma, idiota!
Marta: Ele era só um bode expiatório... É a única explicação... Meu Deus...
Carlos: (tosse) Olha que giro. E agora é que me avisam. E não é que me matou mesmo? Mas que raio de história é esta, com um fim tão estúpido?
Marta: Recebeste uma mensagem do autor...
Carlos: O que é que diz ao certo?
Marta: “Morre, oh idiota!”

Fim da 3ª parte da Trilogia do Cobarde. Consigo ouvir-vos chorar daqui... Que som tão belo...

Trilogia do Cobarde-Parte II

E, porque vocês não sabem o que quer dizer comportar-se como deve ser, aqui têm a segunda parte da trilogia.

Acto 3:
Cena 1:
(Carlos está na rua, a telefonar para o Comissário)
Carlos: Estou? Chefe? Estava a telefonar para dizer que já sei onde está o assassino das facas, e que precisava de reforços.
Comissário: Mas estás parvo? Não há reforços para ninguém! Não podemos arriscar que ele se aperceba e fuja.
Carlos: Está bem, mas se ele fugir eu fico vivo.
Comissário: O Doutor já me tinha avisado que isto podia acontecer, que te podias armar em cobarde.
Carlos: Mas chefe, eu sou cobarde!
Cmissário: Só estás a tentar ser modesto. Eu sei que tu...
Carlos: Qual modesto, qual quê? Eu sou mesmo cobarde. Eu quero é ir para casa, porra!
Comissário: E vais deixar a memória de todos os policias que ele já matou desonrada?
Carlos: Eu estou a tentar mantê-la honrada, não me juntando a eles.
Comissário: Mas tu queres parar de gastar o meu tempo?!
Carlos: Mas, quer dizer, eu, sozinho, um gajo com facas...
Comissário: Tens cuidado.
Carlos: Qual cuidado?! Eu quero é reforços! Cuidado é muito bonito, mas quando o assassino nos apanha pelas costas, queremos é alguém que lhe dê um tiro na testa!
Comissário: Lamento, mas não posso fazer nada por ti.
Carlos: Mas chefe, ele mata pessoas adúlteras...
Comissário: Mais um motivo para teres cuidado...
Carlos: Mas eu tenho medo...
Comissário: Eu não. Já agora, traz donuts quando voltares. Estão quase a acabar, por aqui.
Carlos: Mas, chefe, pense na minha mulher...
Comissário: Todos os dias.
Carlos: Por favor? Só dois carros...
Comissário: Vai trabalhar!
(O Comissário desliga)

Cena 2:
(Lidia entra em cena, apavorada, com um envelope na mão)
Carlos: (incrédulo) Eu vou trabalhar? Eu é que tenho que ir enfrentar um tipo que já matou 59 pessoas, sozinho, e ele manda-me a mim trabalhar? Eu vou é ter com a mãe da prima da minha amante, que lá é que é seguro. Arranjo um emprego como arrumador de carrinhos de supermercados, e fico bem.
Lídia: (assustada e aos gritos) Por favor, tens que me ajudar. O assassino apanhou a Marta, a tua mulher, minha irmã.
Carlos: Mas, quê, o assassino? O das bananas, certo?
Lídia: Não! O Abílio está fora a visitar família! É o das facas.
Carlos: Estás a ver, isto está mesmo a começar a meter-me nervos. Quer dizer, vocês nem se importam com as pessoas que ele matou...
Lídia: Ele a mim faz-me sempre um desconto...
Carlos: Sim, mas... esquece. O das facas apanhou a Marta, é isso? Mas como é que ele sabe que eu estou encarregado com o caso dele?
Lídia: Não sei, mas precisas de fazer alguma coisa, ele vai matá-la.
Carlos: Não sei. Quer dizer, se ela morrer posso pedir licensa e livrar-me do caso...
Lídia: Como é que podes dizer uma coisa dessas? Ela é tua mulher!
Carlos: Essa vai para o lado das desvantagens. Mas tu também não devias estar interessada na morte dela, para ficarmos juntos?
Lídia: Eu acho que todos nós nos magoamos muito, mas agora, neste momento de crise, devemos voltar a unir-nos. Está na altura de mostrarmos que ainda nos preocupamos uns com os outros. Temos que tentar avançar e esquecer os erros do passado...
Carlos: Tu ontem apareceste lá em casa só com umas sandálias. Foi tirar o casaco e ficaste completa e absolutamente nua.
Lídia: Eu estou a tentar mudar. E agora que a Marta está em perigo é que eu percebi isso.
Carlos: Timing extraordinário, devo desde já dizer-te. Tens noção que eu vou mesmo ter que ir salvá-la, não tens?
Lídia: Aproveita agora para reconciliar-te com ela e ultrapassar tudo o que vocês já passaram de mal. Eu sei que ainda a amas, mais do que a mim. Mais do que alguma vez amaste outra mulher.
Carlos: Mas tu páras com isso? Eu estou a ter uma crise de consciência...
Lídia: Sim, mas passará tudo quando a tiveres a salvo, nos teus braços.
Carlos: Na verdade, nem é muito mau. Acho que talvez dê para viver o resto da minha vida com isto.
Lídia: Mas tu ama-la...
Carlos: Sim, mas lembra-te que o padre disse que era só até que a morte no separasse...
Lídia: Carlos, faz aquilo que o teu coração te diz.
Carlos: Ele parece feliz em continuar a bater.
Lídia: (a controlar-se) Vai salvá-la...
Carlos: Mas tu tens a certeza que não queres ficar comigo e esquecê-la?
Lídia: (atira-lhe com a carta à cara, exasperada) Toma a porcaria da carta e vai salvá-la, porra!
Carlos: Está bem, mas tem calma. Chiça, ontem estava a tentar convencêr-me a deixar a irmã, hoje quer que eu cometa suicídio... (abre a carta) “Vais pagar por todos os teus pecados”? Mas que raio...
Lídia: É isso que diz? O que quererá dizer?
Carlos: Não tenho a certeza, mas vou levar um bocado, se é para pagar por todos os meus pecados... Se calhar devia levar uma pizza, pelo seguro...
Lídia: Ouvi dizer que ele atacava as pessoas adúlteras. Será que vem atrás de mim?!
(Lídia começa a tremer assustada)
Carlos: Espera aí... Se ele só ataca adulteros e raptou a Marta...
Lídia: (agarra os pulsos de Carlos) Mas isto quer dizer que eu estou em perigo!
Carlos: Tu estás em perigo? Eu é que vou ter que ir agora para casa dele!
Lídia: Oh meu Deus! Porque nos abandonaste tu?
Carlos: Excelente pergunta. Se Ele quiser se redimir, bem que podia mostrar-nos como sair desta.
Lídia: Carlos, foge comigo para longe desta cidade, para onde ele nunca nos poderá encontrar!
Carlos: Mau, ainda há pouco estavas a dizer para eu ir salvar a tua irmã, e agora já nem queres saber dela? Tu vais com o vento, não?
Lídia: Bem, isso foi quando eu estava nervosa. Além disso tinha estado a ler Nicholas Sparks...
Carlos: Agora estou indeciso (o telefone toca e ele atende, assustado) Estou? É você, senhor assassino das facas?
Pina: Mas tu fazes o favor de ir salvar a tua mulher, meu cabrão? Estás a dar cabo disto tudo!
Carlos: Olha, é o autor...
Pina: Oh meu idiota, pára de me fazer perder tempo!
Carlos: Mas, está a ver, você colocou-me num mundo abandonado por Deus, e isto agora está um inferno. Como pode o homem viver numa situação destas?
Pina: E eu quero lá saber! Mas tu queres ver se te despachas e paras de ser um cobarde?!
Carlos: Mas foi você que me fez assim...
Lídia: Já que estamos no tópico da forma como fomos criados, eu gostava de discutir o meu peito com ele.... Passas-me o telemóvel?
Pina: Mexam-se, porra!

Fim da segunda parte. Vocês têm noção que agora vou lançar tudo, porque vocês só fazem asneiras, não têm?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Trilogia do Cobarde

Parte 1 de uma trilogia. Para terem um pouco mais de cultura, crianças.

Acto 1:
(Gabinete do comissário da polícia. O Comissário está sentado na sua secretária, quando Carlos entra)
Comissário: Ah, entra, meu rapaz, entra. Diz-me, já ouviste os rumores sobre um assassino em série, que anda a matar gente por aí fora ao desbarato?
Carlos: Boa tarde chefe. A Ana, a sua secretária está doente?
Comissário: Hm, não, ela agora está ocupada. Mas sabes ou não?
Carlos: Não é ela aí, debaixo da mesa?
Comissário: Mas respondes à porra da pergunta?!
Carlos: Calma, chefe, só a queria cumprimentar. Olá Ana. Portanto, está a falar do da banana?
Comissário: Não, porra! Esse é o Abílio, o do talho. Este é um novo. Deixa uma faca espetada no coração das vítimas, acredtas?
Carlos: (começa a tremer) Pessoalmente, prefiro não acreditar. Essas coisas não são para mim, são mais para os corajosos.
Comissário: Pois é bom que acredites, estou a entregar-te o caso. És o nosso melhor detective e a nossa melhor chance.
Carlos: Mas eu já recebi 6 ameaças de demissão por parte do chefe....
Comissário: És o que tem menos ameaças de demissão, portanto.
Carlos: Mas eu só vim para este departamento na semana passada.
Comissário: (sossegado) Continuas a ter e melhor média....
Carlos: Mas, chefe, pense na minha mulher...
Comissário: Loira, olhos azuis, alta, peito fenomenal, rabo de sonho, pernas que não acabam? Penso nela muitas vezes, realmente...
Carlos: E então, quer mesmo que ela fique viúva?
Comissário: Quando pões as coisas dessa maneira...
Carlos: (aliviado) Eu sabia que teria piedade...
Comissário:...Só te posso dizer uma coisa: tem tomates por uma vez na vida!
Carlos: Prometo que os terei, mas mais tarde, se não se importa.
Comissário: Vai já para a rua!
Carlos: (esperançado) Estou demitido? É que se estiver...
Comissário: Mas tu estás a armar-te em parvo?
Carlos: Despede-me se eu estiver?
Comissário: Vai trabalhar, porra!


Acto 2:
(Carlos entra na morgue, onde o médico legista está a realizar uma autópsia e o “morto” não pára de gritar)
Carlos: Hã, desculpe, Doutor, eu sei que sou um leigo, mas, o que está a fazer?
Doutor: A trabalhar, filho.
Carlos: Mas eu pensava que estava na morgue...
Doutor: E estás, não estás a ver estes cadáveres todos?
Carlos: Mas... então... esse homem está vivo!
Douror: (sossegado, enquanto tira as luvas) Não, não está....
Carlos: Mas ele está a gritar!
Doutor: Olha lá, mas quem é que tem o curso superior, aqui?
Carlos: Você?
Doutor: (sussurando) Não, eu pensava que era v... Mas avançando! É voçê que tem o caso do assassino em série?
Carlos: Por acaso, estava a ver se trocava...
Doutor: Mau, é você ou não?
Carlos: Para já...
Doutor: Pronto. Portanto, é o da banana ou o da faca?
Carlos: Mas ninguém se preocupa com o facto de o das bananas ser o homem do talho?
Doutor: É assim, primeiro, ele é o único homem do talho cá na terra; segundo, alguém que desperdiça facas daquela maneira é pior.
Carlos: Estamos a falar de quantas facas, de qualquer maneira?
Doutor: 59.
Carlos: E pessoas?
Doutor:... Continunado, posso dizer que mata as pessoas com diversas facadas no peito, escolhe pessoas infiéis aos companheiros, já matou dez polícias que o perseguiam...
Carlos: Dez? Isso é muita coisa...
Doutor: Você não sabia? Então não sabe o que se passa na esquadra?
Carlos: Sabe como é: mulher, irmã da mulher, amante, prima da amante, mãe da prima da amante... às vezes não tenho tempo para o resto...
Doutor: Avançando! O assassíno gosta de carne assada, lê Maquiievel, tem um BMW, usa a mão direita porque tem a mão esquerda queimada, é casado com uma morena e posso dar-lhe a morada em dois segundos. É só ir à secretária...
Carlos: Wow, você é mesmo bom. É tipo o CSI. Eu sou o tipo que foge com medo...
Doutor: Ora bem, aqui está. Agora, terá é que ir sozinho.
Carlos: (assustado) Não! Preciso de reforços!
Doutor: Não podemos arriscar ele aperceber-se e fugir.
Carlos: Mas, está a ver, se ele fugir, ao menos eu não morro. Não quer a minha morte na sua consciência, pois não?
Doutor: Com a sua mulher viúva...
Carlos: A irmã dela é melhorzita...
Doutor: Então, vai para a rua? É que eu tenho que fechar o estaminé.
Carlos: Não sei... Se eu sair, tenho que ir atrás do assassino?
Doutor: Rua!
Carlos: Mas está a ver, eu tenho medo de sangue. O meu em particular, para ser honesto.
Doutor: (exasperado) Mas você é assim tão cobarde?!
Carlos: Está a ver, toda a gente diz isso como se fosse mau, mas os cobardes não vêm o seu próprio sangue...
Doutor: Saia-me da frente!
Fim da Parte 1. Agora portem-se bem, ou então escrevo o resto