segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Trilogia do Cobarde-Parte III

E, continuando com a vossa lenta tortura, aqui têm a 3ª parte da Trilogia do Cobarde.

Acto IV:
(Carlos entra em casa do assassino, assustado)
Carlos: Sr. Assassino das Facas? Está aí? (espera por uma resposta. Nada) Estou a ver que não. Chatice, devo ter vindo antes do previsto. Bem, acho que vou ter que ir para a cama com a Lídia... Será que ela vai usar aquele espartilho...?
Assasssino da Facas: (a gritar de fora de cena) Sr. Carlos? Da esquadra? Entre, entre. Espere um pouco, que eu já aí vou, se não se importa.
Carlos: Na verdade, se não fosse incómodo, gostava de pegar na minha mulher e ir indo. É que eu tenho que fugir e gostava de me poder despachar com isso.
(o Assassino das Facas aparece, limpando as mãos ensanguentadas a um pano de cozinha)
Assasssino da Facas: Ora bem, cá estamos. Importa-se que eu o trate por Carlos? (não espera por resposta) Não? Óptimo. Deve estar a perguntar-se porque o chamei cá, não é Carlos?
Carlos: Na verdade estou a perguntar-me de quem será o sangue nas suas mãos, mas continue...
Assasssino da Facas: Quê? Isto? Isto é da minha última vítima, mas acho que devia estar doente. Não sangrou tanto como é habitual. Mas adiante. Eu queria falar consigo sobre a sua mulher...
Carlos: Pois, já sabia. É toda a gente com a mesma coisa. Ela não gosta de ménages.
Assasssino da Facas: Não?! Mas tem a certeza?
Carlos: Já lhe pedi imensas vezes.
Assasssino da Facas: É uma pena, realmente. Mas não era disso que queria falar.
Carlos: Essa é nova...
Assasssino da Facas: Não, eu queria perguntar porque lhe é infiel?
Carlos: Mas tem mesmo de saber.
Assasssino da Facas: Quer dizer, eu gosto de perguntar às minhas vítimas antes de as matar. Gosto de fazer isto como deve ser. Não sou como o Abílio.
Carlos: Ah, estou a ver... Realmente aquilo das bananas. Bem, se não houver problema, eu respondo-lhe daqui a uns tempos. Prometo.
Assasssino da Facas: Lamento, mas terá que ser agora.
Carlos: Agora, agora? Não há ninguém antes? Já matou a minha mulher?
Assasssino da Facas: Não...
Carlos: Então vá lá tratar disso, e volte quando tiver despachado. Eu espero.
Assasssino da Facas: Então e vai deixar a sua mulher morrer assim?
Carlos: Sempre será ela em vez de mim...
Assasssino da Facas: Mas não, vai ser você o primeiro, lamento.
Carlos: Mas tem a certeza? É que eu sangro muito pouco, e depois da sua última vítima...
Assasssino da Facas: (saca da faca) Sem dúvida. Ora bem, quer fugir, suplicar, insultar-me, fazer tudo...?
Carlos: Portanto, se me pergunta assim, acho que fugir.
Assasssino da Facas: Faça licença, então.
Carlos: Obrigado. Isto com gente educada é outra coisa. (faz uma pequena pausa para ajeitar o casaco) AAAAAHHHHHH!!!
(Desatam a correr os dois pelo cenário, Carlos desesperado e o Assasssino da Facas a persegui-lo calmamente)
Assasssino da Facas: Oh homem, faça pouco barulho. Olhe os vizinhos, porra.
Carlos: Desculpe, mas quando tentam matar-me costumo ficar assim.
(aparece Chuck Norris. Param ambos de correr e ficam a olhar, surpreendidos, para ele)
Chuck Norris: Mas o que se passa aqui?
Assasssino da Facas: Esta é nova...
Carlos: Mas quem raio é este?
Assasssino da Facas: É o Van Damme, estúpido. (dirige-se a Chuck Norris com a mão estendida. Chuck Norris cumprimenta-o) Boa tarde Sr. Van Damme. Sou um grande admirador.
Chuck Norris: Mas eu sou o Chuck Norris...
Carlos: Olha, o autor mandou uma mensagem a dizer-nos para o chamarmos de Walker, que Chuck Norris é uma seca de escrever, e já lhe basta o Assasssino da Facas....
Walker: Sempre é melhor que Fluffy...
Assasssino da Facas: Mas quê?! Não é o Van Damme?! É adúltero?
(Marta aparece, chateada)
Marta: Mas o que é isto?
Walker: Só às vezes...
Assasssino da Facas: Óptimo, já o posso matar. Mas quem raio pensa que é, a enganar-me assim?
Carlos: Marta! Estás bem?
Marta: Sim, estava a dormir lá em cima.
Walker: Não vai querer fazer isso, amigo. Não me obrigue a magoá-lo...
Assasssino da Facas: Mas obrigo!
Walker: Então vou fugir, para tentar recusar a violência e depois vou dar-lhe um enxerto de porrada que o vai deixar em coma, está certo?
Carlos: Lá em cima? Mas tu traíste-me com o teu próprio assassino?
Assasssino da Facas: Combinado.
(o Walker desata a fugir do Assasssino da Facas pelo cenário, enquanto Carlos e Marta discutem no centro)
Marta: E tu traíste-me com a minha irmã!
Carlos: Está bem, mas ela não me ia matar!
(Lídia aparece)
Lídia: Desculpem, mas eu não tinha a certeza se devia voltar a aparecer...
Carlos: Agora não, que nós estamos a ter um momento. Vai-te embora.
Lídia: Está bem. (Lídia sai enquanto faz sinal a Marta para lhe telefonar e esta acena, confirmando)
Carlos: (gritando para Lídia, que já está fora de cena) E usa o espartilho logo à noite.
Marta: Estás a ver? Viste como falas com a minha família?
Carlos: Do que é que estás a falar? Ela estava a interromper-nos!
Walker: (passa por entre os dois) AAAAAHHHHH!
Marta: (virando-se para o Assasssino da Facas e Walker, furiosa) Mas vocês os dois idiotas param quietos?
Carlos: Ahá! E tu já viste como estás a tratar os meus amigos?
(Walker para de correr e começa a espancar o Assasssino da Facas)
Walker: Toma, bandido! É para aprenderes.
Carlos: Epá, oh Walker, faz menos barulho, pá.
Walker: Desculpem lá...
Marta: Estou a ficar excitada, parece que tudo se vai resolver. E tu vieste salvar-me! Oh, amo-te ardentemente!
Carlos: Mas quê, isto é de humores?
Marta: Cala-te e beija-me! (beija-o)
Carlos: (para Walker) Ora bem, tu vai-lhe dando porrada, que eu vou reconciliar-me com a minha mulher, lá para cima.
(pega em Marta ao colo)
Marta: Oh, sou tão feliz.
(ouve-se um disparo. Carlos pousa Marta no chão e depois cai com aparato)
Carlos: Oh, meu Deus... Morro...
Walker: O assassino começa a revelar-se...
Carlos: Mas tu és parvo? Aacbaste de o deixar num coma, idiota!
Marta: Ele era só um bode expiatório... É a única explicação... Meu Deus...
Carlos: (tosse) Olha que giro. E agora é que me avisam. E não é que me matou mesmo? Mas que raio de história é esta, com um fim tão estúpido?
Marta: Recebeste uma mensagem do autor...
Carlos: O que é que diz ao certo?
Marta: “Morre, oh idiota!”

Fim da 3ª parte da Trilogia do Cobarde. Consigo ouvir-vos chorar daqui... Que som tão belo...

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